segunda-feira, 11 de maio de 2015

I'm officially not a freshman anymore


Wow. I can't believe my first year is over.
It's been months and months of getting used to the new, the different, the unknown. It's hard to believe that this Eduardo, the very same one whose conscious begged him to go home when he landed in London back in September without a return ticket, has managed to stay and has made it this far. I'm not the same person I was in September, I'm really not (I don't care how cliché that sounds). I did a crash course on 'how to live'. I've become more of an adult. Dreamy Eduardo has somehow faded away and replaced with 'wake up to reality' Eduardo. I've lost a few friends and gained many more. I saw relationships with old friends becoming stronger and stronger as the kilometers between us increased. I missed home. I didn't miss home. I laughed myself to sleep and I cried myself to sleep. I haven't found myself (see, I'm not that cliché). In fact, I think I confused myself, making me hard to find. Between emotions and ideas and thoughts and feelings there's an Eduardo which I can't quite see from here. Something to work on.



I love London. That love only grows as time flies by. Is this home? Is it forever? I doubt it (reality Eduardo here). The part of me that says London has it all, has still a lot to see in the world. When you stop and think about it London can be one of the worst places you could be in. It takes everything away from you. It takes your soul and keeps it. You miss it the moment you leave, even if for a day. You are constantly poor, cold and depressed from the lack of sun. But you still want it. You still love it. You still wouldn't change it for the world. Dreamy Eduardo dreams of one day being able of breaking the spell London cast on him. 
I've crossed an ocean this year, something I never though I'd do at this point of my life, and, in a way, I have to thank London for it. For messing up my life to such a point that it made me the happiest guy on Earth. This has to be the most important thing London gave me, and without a doubt, the one I'm the most thankful for. 





That has to be the biggest lesson I take from all of this. To be thankful. Thankful to my parents and all they sacrifice for me, my friends who put up with me my peaks of homesickness and this city for opening up my mind, my horizons, my dreams and hopes and ultimately for showing me love. 

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Caraças

Mal sabia o Eduardo de outubro no que se estava a meter. Mal sabia ele que tudo ia mudar, ainda mais. Mal sabia ele que a vida não lhe entrega tudo de mão beijada, tira sempre alguma coisa. Mal sabia eu que a felicidade não é garantida, que a amizade não dura para sempre. Mal sabia eu que as pessoas se completam. Mal sabia eu que o meu coração podia estar dentro de outra pessoa. Mal sabia esta alma ingénua que a vida não era o que ele quisesse fazer dela. Que qualquer plano que fizesse seria insignificante com a adição de uma nova variável à equação. Que a vida podia ser imprevisível, louca, irracional, sentida. Mal sabia o Eduardo o que era sentir, sentir e ter saudades de sentir. Ter saudades. Saudade profunda que só lusitano entende. Mal sabia eu o que era viver, o que era correr riscos, nadar contra a maré, o oceano, o tempo. Mal sabia eu o quão depressa o tempo passa. O quão depressa tudo acaba. O quão efémera é a felicidade. Mal sabia o Eduardo o que era felicidade. Mal sabia o Eduardo que tudo faria sentido sem sentido nenhum. Mal sabia o Eduardo quem eras tu.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Adult life

Mudar-me para longe de casa significou também mudar-me para longe da minha mãe e das suas capacidades culinárias e de dona de casa. Agora sou eu quem se tem de preocupar com a minha roupa, a minha comida, o meu orçamento. Garanto que não é tarefa fácil. Há que estar preparado para todas as eventualidades, como por exemplo a lavandaria só aceitar notas de £20, o montante exato que tenho para gastar até ao fim da semana, e é terça-feira. 
Fazer compras é também um desafio. Aterrar noutro país onde a maior parte das marcas é diferente das portuguesas é como viver na China sem falar chinês. São muitas as vezes em que sinto a falta das minhas queridas Estrelitas ou dos iogurtes gregos da Danone... iguarias inacessíveis a esta pobre alma. 
Há que cozinhar. Ai, cozinhar... Preparar todas as refeições torna-se difícil para alguém cuja especialidade se fica pelos ovos mexidos. A minha dieta atual envolve muita pasta e muito arroz, muito bacon e muito frango. Comparado com a minha vizinha cuja dieta se baseia em panquecas a todas (TODAS!) as refeições, acho que me tenho mantido minimamente saudável. Agora entendo o porquê da minha mãe me perguntar "O que é que vou cozinhar para o jantar?" todos os dias. A criatividade gastronómica começa a falhar ao fim de alguns pratos. 
O pior da cozinha são os pratos por lavar. Suponho que lavar a loiça seja aceite academicamente como uma forma de tortura, porque efetivamente o é. Vários nomes são chamados à empregada de limpeza que não lava os pratos e se limita a lavar o chão da cozinha, a cretina.
Lavar a roupa seria talvez o processo menos trabalhoso, não fossem as máquinas de lavar roupa da lavandaria completos enigmas que temos de decifrar para as pormos a trabalhar. A abordagem tipicamente portuguesa de carregar em todos os botões até a máquina começar a funcionar não resulta. Falo por experiência própria. 
Mas tudo isto são meros inconvenientes.No fim de contas, e por muitos pratos que tenha que lavar, sei que não trocaria Londres por nada. 

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Things I've learned in London

1 - Uma fila é uma fila. Uma fila indiana é uma reta perfeita. Quem ousar desafiar as regras da geometria numa fila será para sempre olhado de lado.

2 -Só há um lugar onde a falta de educação é não só aceite mas também promovida: o metro.
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3 - Haverá sempre alguém na rua que irá perguntar muito calmamente se queremos erva, ou cocaína, ou qualquer coisa. A resposta será sempre, "No, thanks!".

4 - Os semáforos e as passadeiras em Inglaterra funcionam como meros objetos decorativos. Aqui corre-se pela vida porque esperar pelo sinal verde é simplesmente estúpido.

5 - Alguns supermercados têm temperaturas comparáveis às do pólo norte.

6 - A pontualidade britânica não se generaliza a toda a população.

7 - Há uma clara diferença entre ver o sol e sentir o sol.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

London

Here I am.

Confesso que ainda é difícil acreditar. Lembro-me como se fosse ontem de andar a tratar da candidatura à universidade, há já um ano atrás, preocupado com traduções e recomendações e formalidades infinitas.
Também me lembro do nó que se apertou na minha barriga no momento em que aterrei em Londres. "O meu bilhete é só de ida.", "Deixei a minha vida noutro país".
Despedir-me dos meus amigos, dos meus pais, da minha cidade, foi das coisas mais difíceis que fiz até hoje. No entanto, sinto que me fez mais forte, mais preparado, e que a longo prazo vai apenas fortalecer as ligações que criei com quem tanto gosto, de quem tanto sinto a tão portuguesa saudade.
Londres é um sonho. Estou a dormir. Não acredito que estou a 15 minutos do Big Ben, que posso lá ir sempre que quiser. Sempre que vou ao centro da cidade o meu coração para e penso: "Não estou aqui. Não pode ser." Talvez com o tempo isto passe.
Só nesta semana conheci mais pessoas do que em toda a minha vida. Pessoas de todo o mundo, de todas as culturas, religiões. Mas todas com uma coisa em comum: o amor a esta metrópole. Lentamente tento lembrar-me dos nomes de toda a gente.
Ainda acho os ingleses pessoas muito reservadas. Ainda acho o inglês uma língua sem sentimento. A facilidade com se dizem certas frases, certas palavras, leva-nos a não pensar totalmente nos seus significados. É fácil dizer "I like you.". É difícil gostar mesmo. Falsidade é algo que aqui não falta.

É difícil ser adulto. Preocupar-me com ter comida no frigorífico, roupa lavada, dinheiro no banco. É difícil ter de gastar o dinheiro que os maus pais tanto se esforçam para ganhar.

É fácil adaptar-me ao ritmo da cidade. É fácil chamar casa a um quarto de dimensões reduzidas. É fácil ser feliz aqui.








quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Packing

A minha vida não cabe numa mala. Nem numa, nem em duas, nem em três.
Pensei que tudo isto fosse mais fácil: levar o que gosto, deixar o que não gosto. Mas não é. Há coisas que por mais que não queira, vão comigo. Medos, inseguranças, pensamentos que me perseguem onde quer que vá. Que quanto mais tento afastar mais fortes se tornam, que me dominam. A única forma de os combater é com otimismo, que por vezes se torna escasso.
Espero que daqui a um ano tenha a certeza que tomei a decisão correta. Espero não ter dúvidas, arrependimentos.

Espero que este novo capítulo tenha um final feliz.  


terça-feira, 15 de abril de 2014

Sunset

We're on the beach. Together, we wait to see the sun touch the sea. We've been sat for so long that I can feel my body getting deeper and deeper into the sand. Your hand, holding mine so tightly, something I once fought for so hard, now feels like a handcuff. I smile, in an attempt not to cry. I laugh, trying to hide the nervousness on my voice. It's funny how everyone that looks at us thinks we are the perfect couple. It's funny how we were a perfect couple. Funny how in one night everything changed. Funny how our perfection was taken away from us just like the sand that is taken from the shore by all the waves. It's even funnier how you still don't know anything about it.
The sun is falling down. I can feel the weight in my shoulders becoming heavier and heavier as the sun prepares to submerge on the sea.
As the sun sets, I kiss you. A kiss in which I give back all the love, the caring, the support you have given me since we started our journey. A kiss in which I give back all those things that I was never worthy of. You smile at me.
And there, as the last rays of sunlight invade the horizon and spread across the ocean, I use all the strength I have left to pronounce the words I avoided for so long. "My love... I made a mistake". You stop smiling.
Since that day, that sentence, I walk the beach alone. I sit near the sea and I wait for the waves to bring back, just like they do with the sand, all the love you once felt for me.